Resumindo a primeira semana


Chegamos em Montreal no dia 14, após uma longa e cansativa viagem…Com o endereço em mãos, fomos atrás de um « grand taxi ». E após alguns minutos de conversa, o motorista de origem haitiana, disse que mesmo infringindo a lei, por conta do excesso de malas, nos levaria até o endereço final por C$50.

Madame Kharrouby de origem francesa, e sua filha Myriam de 7 anos, nos aguardavam em seu grande apartamento. Após suas dicas, fiz a cópia das chaves do apartamento e fui ao supermercado. Lá tudo é mesmo limpinho e há uma infinidade de produtos. Ainda bem que ela estava comigo, se não, eu teriado demorado horas para me decidir… São muitas as opções de pratos prontos que custam a partir de C$2,99.

Ansiosos por explorar, fomos ao Centro da cidade logo após o almoço. Seguindo a dica de Ansari, meu professor de francês, compramos um bilhete semanal na Pharmaprix para o ônibus e metrô. Podemos andar quantas vezes quisermos durante a semana por C$19. O bilhete mensal compraremos em setembro por C$65.

No dia 15, já recuperados da viagem, decidimos sair depois do almoço pra fazer nosso « assurance maladie ». No dia 16, solicitamos nosso « NAS » e fomos na Future Shop da Sainte-Catherine para as primeiras compras (laptop, impressora e celular). Em seguida: Zellers na estação Atwater, onde presenteamos o filho com o mais esperado brinquedinho da vida dele, o trenzinho do Thomas. No dia 17, a convite de Ansari, fomos ao MICC conhecer a estrutura do Método FEL. No mesmo lugar, um agente do governo, de origem grega, nos recebeu para uma conversa de uma hora, a fim de nos ajudar com toda a papelada que um novo imigrante deve preencher; falamos inclusive sobre a questão da moradia. Antes, tínhamos planejado morar em Laval, mas essa opção acabaria sendo mais cara, uma vez que pretendemos trabalhar em Montreal. Explico: o bilhete de transporte da STM, para os serviços de ônibus e metrô, cobre somente a área de Montreal, sendo Laval outro território, teríamos mais gastos com o transporte público. Sendo assim, buscamos o ROMEL, um escritório em Côte-des-Neiges, que ajuda os imigrantes na busca de um apartamento. Ali, uma asiática, simplesmente fez uma busca no ToutMontreal e nos deu um livrinho sobre os cuidados e dicas para alugar o primeiro apartamento. Assim, iniciamos a busca pelo próprio bairro. Andamos pelas redondezas para descobrir os serviços (mercados, bancos, clínicas médicas, etc) e até vimos dois apartamentos razoáveis, até lembrarmos das dicas do taxista do aeroporto. A área próxima a estação de Plamondon não é nada familiar. Bobs Marleys andando pelas ruas e o cheiro da erva no ar (…). Foi aqui também que presenciamos um roubo de bicicleta, e pra vingar a bike da Dani, liguei para o 911, imediatamente forneci o endereço do local e antes mesmo que eu acabasse de descrever a cor da bicicleta, os policiais já tinham chegado. Eu fiquei impressionadíssima! Conclusão: a bike ficou no mesmo lugar, mas os ladrões...

Como estamos hospedados nas proximidades da estação de Outremont, resolvemos arriscar. Existem muitos judeus por aqui, o bairro é mais limpo, mais familiar e conseqüentemente mais caro. Aqui minha primeira visita foi feita ao grande e super mal dividido apartamento de uma marroquina muito falante, que dizia que os aluguéis na Van Horne eram muito caros e que o dela estava realmente em conta. Bem, eu não gostei! Nossa segunda tentativa no bairro, nos levou a Goyer, no pequenino e recém reformado apartamento de G. Duval, que nos deixou um cartão com o telefone para que o indicassemos aos amigos. Finalmente, a terceira tentativa nos deixou muito mais otimistas. Estávamos indo ao mercado, quando nos demos conta que não tínhamos visitado a Kent, uma pequena rua logo atrás do que apelidei de mini-shopping. Ao me ver tomando nota do número do telefone, o síndico, um romeno muito gentil, imediatamente nos recebeu. O apartamento tem apenas um quarto, mas todos os cômodos são grandes. A vista do quarto andar e muito agradável. Ficamos encantandos! A moradora disse que gosta muito dali, mas vai se mudar com a filha para Toronto. Nos despedimos... Em casa, conversei com Kharrouby e liguei para Ansari em busca de conselhos. No dia seguinte, preenchemos o formulário de intenção de aluguel com os pouquissímos dados e referências que temos. Se o proprietário nos aceitar, mudamos em Setembro.

No domingo 18, fomos ao Parc Jean-Drapeau, comemorar a festa das crianças. É lá que está a Biosphère. O parque estava super cheio, o Rafael logo ficou cansado em conseqüência das longas filas… andamos de trenzinho e passeamos um pouco pelo parque urbanizado e finalizamos o passeio com um delicioso sorvete de chocolate.

Bem, Montreal é isso: uma mistura impressionante de raças, as pessoas fazem e respeitam as filas, esperam as outras saírem do metrô, ninguém empurra ninguém. As ruas são totalmente urbanizadas e limpas, nas ruas residencias, a mairoria dos prédios são de quatro andares, poucos são os prédios mais altos. Aqui é normal ver pessoas andando na rua portando um aparelho caro (laptop, ipod) sem correr o risco de ser assaltado. Mas, existem os roubos de bike, que lideram as estatísticas e laptops "deixados" dentro de carros.

Apenas uma semana se passou, mas sinto que estamos felizes! E isso me basta!

Publié parMichèle Aguiar